Certa fez li uma notícia - não lembro em que portal - afirmando que Salvador era uma das cidades mais barulhentas do país, se estou com a memória em dia, a terceira. Tudo bem que as pessoas ouçam suas músicas no volume máximo, estourem seus tímpanos, fiquem surdas. Porém, façam isso usando fones de ouvido, sem incomodar o vizinho, não importa a distância em que este esteja.
Difícil é explicar para alguém que põe o som num volume ensurdecedor que eu tenho direito ao silêncio. Geralmente pessoas que têm essa atitude são de uma ignorância absurda, sem escolarização e sem bom senso. Além dessa questão, os órgãos de fiscalização são, ao meu ver, ineficientes, pois ao que parece não dispõe de uma estrutura mínima para combater tais transgressões previstas em lei. Ao que parece, por possuir poucos funcionários em seu quadro, a Sucom dá preferência aos bairros nobres. Ricos têm direito ao silêncio. Pobres que fiquem surdos.
Parece não haver solução para este problema. Quem reside em um lugar tranquilo não imagina por quais problemas passa uma pessoa que mora em bairro periférico. Só estes sabem o quanto sofrem. Há aqueles que orgulham-se de pertencerem à "favela", mas quando sobem um degrau, dão adeus ao local. Sabem que embora tenham uma vizinhança solidária, aquele pedaço de terra é abandonado pelo poder púbico. Quem não consegue subir um degrau de melhora na vida, que continue sofrendo com as imperfeições do mundo, inclusive com a barulheira cotidiana daqueles que têm algum direito sobre o seu silêncio. É isso.